Projeto 15 dias - São Thomé das Letras - Parte 9

 Capítulo 8 – Mesmo lugar , novo eu     

   

  Se ontem o horário que despertei foi classificado como super cedo por volta das 3 horas , não sei que palavra posso utilizar para classificar a situação de hoje , às 0:54 horas estava eu de pé , após olhar para o céu , dei uma conferida no celular para saber o horário. Tomei uma água e retornei para a cama , rapidamente voltei a dormir e quando acordei novamente o celular marcava 5:40 horas , toda a experiência sentida ontem me fez querer voltar a toca da pedra furada agora pela manhã e já que um acontecimento esplendoroso se fez presente ontem no fim da tarde , eu imaginei que esperar o sol aparecer lá poderia ser outra situação inesquecível , devido ao horário (tinha que ser rápido) eu fui em jejum , levei apenas água e chá em minha mochila e saí apressado pelas ruas de São Thomé rumo ao meu destino. Com a pressa  para tentar chegar o mais próximo possível do nascer do sol , negligenciei os cuidados com a temperatura: sai de bermuda , sem jaqueta e sem as luvas. No caminho , eu já sentia frio e me “consolava “ no fato de que já estava claro e sem nuvens então eu imaginava que com a subida do sol a temperatura se elevaria.   

 

Chegada à toca da pedra furada nas primeiras horas da manhã     

   Cheguei na toca da pedra furada por volta das 7 horas dessa vez não tinha ninguém lá e eu me coloquei a capturar fotos de todos os ângulos possíveis. Sentei no interior da toca e para minha surpresa eu nada ou quase nada senti , a princípio imaginei que talvez fosse o desconforto térmico (frio) , mas aí tentei entrar em estado meditativo e me ocorreu que talvez a descarga energética que ocorreu ontem no meu chacra cardíaco (coração) precedeu uma “avalanche de informações” que só  chegou nesse dia subsequente , as condições são completamente diferentes e eu comecei  a receber o entendimento desta e outras questões referentes à energia. Em São Thomé, a impressão que tive foi que são dois pontos a considerar: o lugar e a pessoa. Os lugares estão lá e são amplamente conhecidos emanam uma energia forte , no outro extremo a pessoa vai sentir ou não de acordo com sua capacidade e esta mesma pessoa direciona , recebe ou meramente conduz a energia para a polaridade específica (negativo-positivo). Entendimento profundo e amplo que amenizou minha decepção inicial por não sentir toda aquela paz , bem estar , amor incomensurável que senti ontem. Com essas informações que chegavam a meu campo mental era muito complicado esvaziar a mente e meditar pois eu me pegava sempre refletindo a esse respeito e tentando entender os conceitos que chegavam. 

Imagem interna na toca da pedra furada (onde tentei meditar e recebi compreensão profunda da dinâmica energética)     

    O frio estava intenso apesar do vento estar intermitente e como o sol  se elevava no horizonte , decidi ir ao teto da toca pois ficar exposto ao sol talvez minimizasse o desconforto.   

Topo da toca Registro de despedida na toca da pedra furada     

   O que de pronto não imaginei , senti na pele quando me sentei no topo: estava exposto ao sol mas também mais exposto ao vento e a junção do frio e fome me fizeram permanecer apenas 1 hora ali.     

Foto de despedida da "toca da pedra furada"


   Nas fotos de despedida novamente ocorreu uma situação semelhante a da pedra da bruxa uma alteração de cor(tom violeta em parte da toca) e ponto de luz azul que apareceu em umas fotos e não em outras da mesma sequência.           Retornei e após o café da manhã , fui ao supermercado comprar o que me faltava. Passei o final da manhã e toda a tarde me dedicando ao almoço , seleção de fotos e escrever. Mesmo dentro do apartamento dava para perceber que o dia estava com uma temperatura baixa pois a sensação de frio era constante , muita nebulosidade no céu, na torneira a temperatura da água era congelante , imaginei o sufoco das pessoas que estavam nas cachoeiras. 

   De acordo com a previsão do tempo o dia seguinte será de chuva com raios? Será  mesmo? Desde que cheguei aqui não choveu nenhum dia e pelo que vejo da vegetação acho que faz algum tempo que não chove. Com essa previsão e o frio , não programarei nada para amanhã ,  veremos o que acontece e à noite o único lugar que me inspira a ir são as cobertas da cama , dia para dormir cedo.    

Playlist do capítulo 8:         

 Gary Peacock:    ○ Álbum:  December poems         

  Bill Frisell / Gary Peacock:    ○ Álbum:  Just so happens          

  Robert Kaddouch / Gary Peacock:  

 ○ Álbum:  53rd Street



Dynamics (F.D.) - Acrílico - 2024





Miríade mineira


    Minas dos pães, queijos e doces sorrisos 

    Das tirinhas de couve que se ajustam em novelo

 Minas da banha que ainda sustenta candeeiros 
     
    Das palavras cantadas no diminutivo 

  Minas de um subsolo que pulsa ouro , arterial e venoso

    Dos cristais a tilintar ao vento 

    Minas dos cumes e  grutas, passagem ao intangível 
 
  Das lavouras irrigadas pelo suor de braços fortes 

    Minas dos pássaros  saudando a aurora 

  Do cruzeiro guiando o sol a outros mundos 

     Minas das cachoeiras e poços gelados

    Das ladeiras insolentes

    Minas da pedra sabão de mão em mão 

    Dos grilhões quebrados

    Minas da liberdade compulsória 

    Das peregrinações probatórias 

    Minas das cores que nascem do barro

    Das águas contentes e imaculadas

    Minas, te abraço a cada cuidadoso passo em teus espaços 

    Incondicional o que vai e vem


Gustavo H.F. de Sousa - Projeto 15 dias (2023-2024) 




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