Projeto 15 dias - São Thomé das Letras - Parte 5 - Versão em português

 Capítulo 4 – Encontro



   Hoje meu dia começou cedo , antes dos primeiros raios de sol , por volta das 4:30 ,  agasalhado , mesmo dentro do apartamento (o frio era intenso) , me coloquei a fazer o café da manhã e escrever. Pela quantidade de nuvens que eu observava pela janela , parecia existir uma possibilidade concreta de chuva.  Ao fim de minhas obrigações matinais , como sempre por volta das 10 horas , prevendo uma possibilidade de chuva , decidi explorar os arredores da cidade pois havendo chuva , eu teria onde me abrigar e assim fui até os limites da cidade , na volta  com a melhora da nebulosidade , prolonguei meu trajeto e fui até a pirâmide. Chegando na pirâmide percebi que havia 4 pessoas mas nenhuma no topo , era a minha oportunidade de subir e sentir a energia do lugar. Com um pouco de dificuldade e dica de uma pessoa que estava no local , consegui subir e sentei exatamente no ápice da pirâmide e nada senti do ponto de vista extra-fisico/energético.

Topo da pirâmide


   Fiz fotos e Intrigado , resolvi  descer e entrar para “testar “ se teria as mesmas sensações da primeira vez que estive ali. E tudo se confirmou , no interior da pirâmide , senti a mesma energia boa , sensação de leveza e expansão principalmente no chacra cardíaco (coração). Fiquei pouco tempo pois alguém intencionalmente ou não havia deixado dejetos biológicos lá dentro e o odor estava bem forte. Ao sair rumo a cidade , pensei: “Já que estou aqui porque não dar uma chegadinha no cruzeiro?” fica muito perto acho que menos de 100 metros e era minha chance de registrar em foto o lugar mais recuado e com apoio para as costas que geralmente eu fico nas minhas noites de observação.

Local na rocha , com formato de poltrona (com apoio para as costas) , onde normalmente eu fazia minhas observações  no cruzeiro


Cheguei , fiz algumas fotos e rapidamente sai pois já era por volta das 12 horas e apesar do sol estar encoberto devido a intensa nebulosidade , o vento estava bem forte e eu estava com “sequelas” da noite anterior: a pele dos meus lábios e nariz estavam ressecadas e cheias de “rachaduras” além de uma discreta dor na garganta.

   A tarde , foi o momento dos serviços domésticos: lavar roupas , fazer um chá (para ver se a garganta voltava a seu estado normal) e no fim da tarde ir ao supermercado. Na volta do supermercado , encontrei o Nelson ● , que é bem conhecido em São Thomé e pelos diversos depoimentos em vídeo a respeito dos fenômenos inexplicáveis presentes na cidade. Me apresentei , agradeci pela coragem de se expor falando em vídeos de assuntos tidos como tabus ,  e situacões materialmente intangíveis mas comprovadamente presentes em São Thomé. Conversamos rapidamente sobre as coisas que vivenciei até então , sobre o  cachorro que talvez não fosse “cachorro “ e deixamos aberta a possibilidade de uma conversa mais prolongada na praça , amanhã , caso ele tivesse tempo disponível. 

   A noite eu nem cogitei sair pois com o chá (de gengibre) a garganta já apresentava melhora e eu queria estar 100% amanhã , além disso o vento intenso , frio e nebulosidade inviabilizavam qualquer observação. Para amanhã , além da prosa com o Nelson ● , pretendo retomar à pedra da bruxa ou mirante e talvez acertar algum passeio para o dia subsequente.


        ☆ Observação importante:  Os fatos mencionados neste capítulo realmente ocorreram porém o nome real da pessoa envolvida foi substituído por um nome fictício (Nelson  ●) para preservar o anonimato e possíveis constrangimentos .



Playlist do capítulo 4:


 Augusto Piroda/Gary Peacock/Paul

                 Motian:   ○  Álbum: No comment

        Karen Souza:  ○  Álbum:  Essentials II

         Gary Peacock / Marc Copland:      

                                    ○  Álbum: Insight






Royalty X Ordinarity  - Acrílico (2023)
(Realeza X Pessoas comuns)




Da janela

 
  Hoje é dia de nuvens dançando em esbranquiçados tons de cinza no céu 
     
   A chuva que teima em não cair passa apressada , carregada por ventos que cantam sua presença em qualquer orifício nas janelas 

   Mascarados passam pelas ruas e são exaltados por mazelados que arrebanhados em cortejo , seguem pedindo alivios 

   Da minha janela vejo a pirâmide sagrada pintada e ornamentada por quem não enxerga , suscetível ao mau gosto de quem os direciona 
 
   Sem dizer uma palavra (com a janela aberta) eu aponto o caminho e ele é íngreme 

   Passa pela pirâmide , para no cruzeiro , recebe a intensidade dos ventos no mirante 

   Segue até o abrigo da gruta que quebra grilhões e oferece amor imaculado. 


Gustavo H.F. de Sousa - Projeto 15 dias (2023) 

  





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